Raposa em Campos

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75 Rotações! Entre 6 e 9 de agosto, acontece a quarta edição do evento que propõe versões de discos lançados há 40 anos por artistas contemporâneos. Rodrigo Campos interpretará “Caça à Raposa”, de João Bosco, que consolida a parceria do compositor mineiro com Aldir Blanc e incrementa o samba com letras cinematográficas e divisões rítmicas surpreendentes provocadas pelo suingue raro do violão. Este é o show que abre a programação, na quinta 06-08, às 21h. Campos, que também bebe no samba e explora crônicas do cotidiano nas letras de seus dois discos gravados até aqui (“São Mateus Não é Um Lugar Assim Tão Longe”, de 2009; e “Bahia Fantástica”, de 2012), falou com a Radiola Urbana sobre sua relação com o disco e os desafios da apresentação.

 

O que você acha do disco que vai interpretar no projeto?
Acho um disco referencial  na música brasileira, desde o cerne (que é a canção, na parceira Bosco/Blanc) até o jeito de lidar com samba, com o violão e o arranjo coletivo. A impressão que tenho é que a ironia, o sarcasmo, a malandragem zona norte, incluídos na canção, afetam a sonoridade em termos de arranjo e som do disco, afetam músicos e produtores, e parecem abrir uma nova janela na canção brasileira — que é o olhar do suburbano lido, do intelectual de boteco, que conhece música, literatura, cinema, mas que olha a partir de sua experiência de suburbano, de operário de classe média, que bebe um chopinho na zona sul depois do trabalho e volta de trem pro subúrbio.

 

De que forma essa obra se relaciona com o seu trabalho?
Ouvi bastante na juventude. Me sinto representado no disco, por já ter feito esse trânsito periferia/centro na vida, entendo de onde vem aqueles sentimentos, aquela mistura de informações, as lacunas intelectuais preenchidas com a criação de uma mitologia própria. Acho que tudo isso está presente na formação estética do meu trabalho.

 

Qual é a influência que o artista tem na sua carreira?
Acho que é uma das matrizes de canção e de violão na música brasileira, me sinto completamente influenciado.

 

Que desafios essa interpretação propõe?
Dessa vez tentei não olhar dessa maneira, até porque nada que fizermos será igual a experiência de ouvir o álbum. O desafio é, apenas, fazer uma homenagem sincera ao disco.

 

O que podemos esperar do show?
Músicos dedicados e apaixonados pelo disco se divertindo ao reverenciar os mestres João Bosco e Aldir Blanc.

 

Banda:
Rodrigo Campos — voz, guitarra, percussão e cavaco
Iara Rennó – voz
Dustan Gallas – baixo e piano elétrico
Thiago França – saxofones e flauta
Gian Correa – violão de 7 cordas e cavaco
Thomas Harres – bateria

 

(Por Filipe Luna e Ramiro Zwetsch)

 

75 Rotações
de 06 a 09 de agosto
Ingressos: R$ 40 (inteira), R$ 20 (meia) e R$ 12 (comerciário)
Venda online: 28 de julho, a partir das 18h
Venda nas bilheterias: 29 de julho, a partir das 17h30
Facebook: https://www.facebook.com/events/742604275866095/
Flyer: Pedro Pinhel

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