Maçã do amor
Há mais afinidades entre Rita Lee e Nina Becker do que as “sardinhas na bochecha”. A cantora e compositora carioca, de 41 anos, tem dois discos solo — “Azul” e “Vermelho” — e a unidade sonora construída no palco por ela em parceria com o grupo Do Amor (formado pelo guitarristas Gustavo Benjão e Gabriel Bubu, o baixista Ricardo Dias Gomes e o baterista Marcelo Callado) tem muito a ver com a coesão desenvolvida pela roqueira paulistana junto à banda Tutti Frutti. Ambas também apareceram, primeiro, como integrantes de bandas cultuadas (uma nos Mutantes, outra na Orquestra Imperial) para depois se afirmarem em suas carreiras solo e o jeito de cantar tem algo em comum. Nina participa do projeto 75 Rotações, junto com o Do Amor, interpretando “Fruto Proibido” (1975) — o ápice criativo de Rita ao lado do Tutti Frutti. A carioca conversou com a Radiola Urbana sobre esse show, que acontece domingo 9 de agosto, às 18h, no Sesc Santana.
O que você acha do disco que vai interpretar no projeto?
Esse disco tem a Rita cantando muito e dando um show como compositora, ainda no início da carreira solo. É um disco bem estruturado nos arranjos e na produção, não tem aquela informação mais caótica e psicodélica do “Build Up” — primeiro disco solo dela, que toquei com o Do Amor há alguns anos.
De que forma essa obra se relaciona com o seu trabalho?
Essas músicas fazem parte do meu repertório infantil, desde quando eu nem entendia direito o que ela queria dizer com “vá rodar um cachimbo” (trecho da letra de “Dançar Pra Não Dançar”). Esse disco faz parte da minha paisagem sonora, as músicas que ouvi sem ter escolhido e entraram no meu DNA.
Qual é a influência da artista em sua carreira?
Quando eu era pequena eu gostava muito da Rita Lee, porque ela tinha essa coisa engraçada de criar personagens. E ainda por cima ela tinha sardinhas nas bochechas, que nem eu, rolava uma identificação. Quando comecei a cantar, reparei que o meu jeito tinha muito a ver com o dela, certamente porque eu guardava uma memória da experiência de ter passado tantas horas da minha vida cantando e ouvindo músicas e a voz dela.
Que desafios essa interpretação propõe?
Esse disco é um puta rock and roll, ao mesmo tempo tem aquelas melodias clássicas dela com aquela banda toda direitinha e eu ainda sinto como se fossem as minhas músicas de criança. Quero tentar me desapegar um pouco desse afeto infantil pra mergulhar no barulho.
O que podemos esperar do show?
Eu e Do Amor tocamos juntos por cinco anos e depois fomos cada um lançar seus discos. Nós fizemos uma porção de shows, gravamos dois discos e tocamos aquele outro disco da Rita Lee que adoramos, o “Build Up”. Cinco anos depois, estamos novamente juntos para tocar esse disco da Rita que, coincidentemente, veio cinco anos depois do “Build Up”. Vai ser a maior alegria matar saudade de tocar com esses moços. Quero aproveitar para levar para o show alguma coisa do “Build Up” também.
de 06 a 09 de agosto
Ingressos: R$ 40 (inteira), R$ 20 (meia) e R$ 12 (comerciário)
Venda online: 28 de julho, a partir das 18h
Venda nas bilheterias: 29 de julho, a partir das 17h30
Facebook: https://www.facebook.com/events/742604275866095/